O lápis

*Geovan Silva

Hoje me peguei olhando para o lápis,
Lembrei-me o quanto me ajudou,
Fosse nos rabiscos que eu desenhava,
Ou quando escrevi os primeiros versos de amor.

O lápis se tornou parceiro,
E quando nos deveres eu errava,
Sua escrita amiga com a borracha eu apagava,
E sem mágoas ou feridas,
Me ajudava a escrever muitas outras afirmativas.

Refletindo sobre o lápis e a sua contribuição,
Percebo a velocidade que as coisas mudam,
O espaço geográfico, a política, a moeda,
Ontem era grandes  impérios,
Hoje são governos  em queda..
Antes a ideia de como era a esquadra de Cabral,
Hoje a notícia e a imagem em tempo real.

Não se escreve mais de lápis,
Tanto como se escrevia antes,
Mas mesmo com a tecnologia,
A escrita se permite corrigir,
O difícil mesmo nesse tempo,
é se permitir evoluir.

Como professor busco na minha prática
O que realmente ajudei a construir,
Se amplio o meu conjunto de conceitos
Ou se os tenho considerado acabados e perfeitos.

É tempo de termos a humildade do lápis,
Escrevendo  o conhecimento
Abertos  ao novo e ao inesperado,
Pois somos mediadores da construção
De um futuro indeterminado,
O que era novidade ontem,
Hoje chamamos de passado.

Sendo lápis,
façamos uma escrita amiga,
Construindo saberes  
como se constrói a vida.

Errando, apagando,
Reescrevendo o conhecimento,
Fazendo a escola de hoje com olhos no futuro
Com intensidade, valor e sentimento.

Forjando exemplos inspiradores
Do bem, do amor e do entendimento,
Sendo realmente referenciais reais
Seres humanos em desenvolvimento.

Sozinhos lápis de escrita,
Juntos, somos lápis de cor,
Pintemos então uma aquarela,
De verdade, justiça, paz e amor.

Não esqueçamos que o lápis,
Uma hora quebra ponta,
E até precisa sua ponta afinar,
E que assim estejamos abertos,
Aprender para melhorar o ensinar.

E assim de tanto escrever, apagar e corrigir
Tenhamos na alma a coragem de mudar
Trazendo em nossa prática a arte
Do aprender e do ensinar.

*Prof. Geovan Guimarães Silva
Gestor Educacional do Colégio Oliveira Castro